Números divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) certamente deixarão com cara de tacho os críticos da Copa do Mundo de 2014, principalmente em um momento tão feliz vivido pelo dono do Circo Brasileiro de Futebol, o rei da bola Ricardo Teixeira.
O país vive um autêntico conto de fadas. Portanto, nada mais justo que aplicar R$ 6 bilhões somente para deixar a bola rolar em 12 estádios.
Nada mais sublime que despejar R$ 1 bilhão na reforma do Maracanã, já que o Soccer City, principal estádio do safári da mamãe Fifa pela África do Sul, custou R$ 710 milhões – desde o primeiro saco de cimento.
A população de 190.755.799 habitantes tem mais é que aplaudir a vitoriosa corrida brasileira pela Copa de 2014. E, de quebra, ignorar o que dizem por aí sobre o ilibado mandachuva e trovoadas do Circo.
Por que reclamar de barriga cheia? Alguns números do Censo 2010 do IBGE são inquestionáveis:
1) 14,6 milhões de brasileiros com mais de 10 anos são analfabetos;
2) 60% dos domicílios têm renda per capita de até um salário mínimo;
3) 132 mil casas são comandadas por crianças de 10 a 14 anos – de acordo com o IBGE, o número pode parecer insignificante comparado ao universo de domicílios, mas mostra que o trabalho infantil é uma das mazelas do país;
4) 44,5% das moradias ainda não têm acesso à rede de esgoto;
5) 550.612 casas são iluminadas por gatos (728.512 nem miado têm);
6) 3,3 é a média de moradores por domicílio no Complexo do Alemão e 3,0 na Rocinha, contra 2,9 na cidade;
7) 16,2 milhões vivem em situação de extrema pobreza, com até R$ 70 por mês.
A Copa é deles, a conta é nossa.
por José Roberto Malia, colunista do ESPN.com.br
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